Dermatologia

Dermatologia Médica

A Dermatologia é a especialidade médico-cirúrgica dedicada ao estudo e tratamento das doenças da pele e dos seus anexos, cabelo/pelo e unhas. Sendo o maior órgão do corpo humano, aliado ao facto de ser reflexo de múltiplas doenças internas e sujeita à constante agressão ambiental externa, não admira que as doenças que afetam a pele sejam frequentes e tenham múltiplas formas de apresentação, atingindo todas as faixas etárias, dos recém-nascidos aos mais idosos.

Dentro das várias áreas abrangidas pela Dermatologia, destaca-se pela sua frequência crescente a oncologia cutânea, isto é, a prevenção e o tratamento do cancro da pele, com especial ênfase para a Dermatoscopia (técnica que permite avaliar em maior ampliação e profundidade os “sinais” e lesões pigmentadas), que permite não só fazer uma vigilância ativa e segura dos “sinais”, mas também o diagnóstico precoce do cancro da pele, isto é, fazer o diagnóstico nas fases iniciais.

Outras áreas de diferenciação da Dermatologia são:

  • Dermatologia Geral, com especial destaque para o diagnóstico e tratamento da acne, rosácea, psoríase, eczemas (atópico, de contacto, seborreico, de estase,...), urticária, infeções cutâneas bacterianas, víricas e fúngicas (...)
  • Dermatologia Pediátrica.
  • Alergologia Cutânea.
  • Patologia Ungueal.
  • Doenças Autoimunes.

A Tricologia dedica-se às doenças do cabelo e do pelo. Atualmente, a Dermatoscopia aplicada a estas patologias (Tricoscopia) é uma técnica com especial importância no correto diagnóstico das diferentes doenças do cabelo e, em particular, das alopecias (queda de cabelo). De acordo com cada problema é elaborado um plano de tratamento individual, que pode ir desde medicação tópica ou oral a técnicas especializadas minimamente invasivas, como o microneedling com administração de fatores de crescimento, com a obtenção de resultados excelentes na recuperação capilar.

O dermatoscópio é um aparelho com uma lente e uma fonte de luz incorporados, que permite avaliar as camadas mais profundas da pele, não visíveis a olho nu. Desde o seu aparecimento, a Dermatoscopia tem ganho importância crescente na prática clínica e é atualmente indispensável numa consulta de Dermatologia. Trata-se de uma técnica de diagnóstico não invasiva feita no consultório, que permite o diagnóstico diferencial de lesões cutâneas pigmentadas (sinais) e o rastreio e diagnóstico precoce de cancro da pele.

Foi estabelecida uma metodologia standard para documentar os achados dermatoscópicos que assenta na identificação de determinadas estruturas dermatoscópicas (existe uma nomenclatura própria), critérios de diagnóstico objetivos e algoritmos de diagnóstico bem definidos, que no seu conjunto permitem a distinção entre lesões benignas e malignas. Como tal, implica formação diferenciada e conhecimento, não só das estruturas dermatoscópicas elementares, mas também dos diferentes critérios de classificação, pelo que deve ser realizada apenas por dermatologistas com experiência nesta área.

Teoricamente, toda a população deveria realizar este exame, no entanto, está especialmente indicado em indivíduos com fatores de risco para cancro cutâneo, nomeadamente:
 

  • História pessoal e/ou familiar de neoplasia maligna da pele.
  • Síndrome do nevo displásico (múltiplos sinais atípicos).
  • Fototipo baixo (pele clara, olhos azuis/verdes, sardas, cabelo loiro ou ruivo).
  • Presença de múltiplos nevos melanocíticos (sinais).
  • Nevos melanocíticos congénitos.
  • Exposição solar prolongada (principalmente súbita e intermitente, os “escaldões”).

Em pessoas com múltiplos nevos, sobretudo atípicos, a Dermatoscopia garante uma vigilância rigorosa e pode permitir o diagnóstico precoce do cancro da pele.

Para além da sua aplicabilidade nos sinais e rastreio de cancro da pele, é ainda utilizada para auxílio de diagnóstico e acompanhamento terapêutico de múltiplas dermatoses.

Graças à Dermatoscopia, tem sido cada vez mais possível fazer o diagnóstico precoce do cancro da pele, isto é, fazer o diagnóstico nas fases iniciais. Tem-se verificado que, apesar da incidência de cancro da pele estar a aumentar, esta subida não tem sido acompanhada pela subida da taxa de mortalidade, o que quer dizer que estamos a detetar mais, mas em estádios cada vez mais iniciais e, por isso, tratáveis/curáveis.